Contabilidade é auxílio para empresas da saúde em época de restrições

A busca por consultoria e soluções financeiras especializadas na área de saúde tem sido o caminho adotado por clínicas, hospitais e prestadores de serviços médicos para garantir a sustentabilidade de seus negócios, sobretudo neste momento de restrições causadas pela pandemia de Covid-19. A gestão contábil, fiscal e tributária que atenda às especificidades do setor evita a ocorrência dos chamados ralos financeiros.

A busca por consultoria e soluções financeiras especializadas na área de saúde tem sido o caminho adotado por clínicas, hospitais e prestadores de serviços médicos para garantir a sustentabilidade de seus negócios, sobretudo neste momento de restrições causadas pela pandemia de Covid-19. A gestão contábil, fiscal e tributária que atenda às especificidades do setor evita a ocorrência dos chamados ralos financeiros.

E o cenário impõe não deixar ralos abertos. Levantamento da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp, 03/2021) aponta que, entre 118 estabelecimentos associados, houve acréscimo de despesas acima do incremento das receitas (8,1% contra 3,1%) durante o ano passado. Com isso, a margem Ebitda (lucro sem incluir tributações, pagamento de juros e amortizações) caiu 4,4 pontos percentuais em relação ao ano anterior. No início da pandemia, a organização Médicos Sem Jaleco já tinha identificado, entre profissionais, tombo de 82% nas receitas.

Uma gestão contábil e fiscal que se atente às peculiaridades da especialidade médica, separando simples consultas de exames, procedimentos e cirurgias, consegue identificar quais são as despesas desnecessárias – incluindo o pagamento de tributos indevidos, conforme explica a administradora Júlia Lázaro. São os recursos despendidos sem necessidade que a especialista classifica como ralos financeiros. Júlia é sócia e fundadora da Mitfokus, empresa de soluções financeiras baseadas em tecnologia da informação (fintech), focada justamente em negócios da saúde.

O relato do cirurgião vascular Fernando Daiggi, de Campinas (SP), ilustra bem a importância da gestão especializada. O profissional lembra que, até anos atrás, o pagamento dos tributos era feito mediante contabilidade generalista. Esta, no entanto, não se atentava a alíquotas específicas para a saúde, que variam de acordo com as atividades e procedimentos realizados.

“Descobri que havia opções de menor tributação, de incidência de alíquotas menores. Conseguimos uma diminuição drástica das despesas com tributos. Mais que isso: obtivemos a restituição dos impostos pagos a mais, dentro do período e prazo estipulados pela legislação”, afirma Daiggi.

E o profissional complementa sobre a parceria com uma contabilidade especializada: “[A consultoria e as soluções financeiras especializadas em saúde] nos dão uma visão mais ampla da gestão no setor. Identificamos categorias específicas de tributação – taxações diferentes sobre valores de consulta, exames, cirurgias…”, menciona.

Efeitos

Tapar ralos financeiros, assim como os identificados por Daiggi, se torna ainda mais imprescindível neste momento em que várias especialidades médicas registram diminuição de atendimentos – e, consequentemente, de receitas. O oftalmologista Aron Guimarães, também de Campinas (SP), está entre esses profissionais que sentiram os efeitos da pandemia na procura por consultas, exames e cirurgias. “Muitos pacientes, em especial os idosos, por causa da necessidade de distanciamento social, deixaram de realizar esses procedimentos”, acrescenta.

Em seu caso, a queda na receita chegou a 30%. Inicialmente precisou demitir, mas, com o passar do tempo, foi recompondo seu quadro. Contudo, com o agravamento da pandemia em curso desde fevereiro, e novas medidas de restrições, o receio de outro impacto volta a exigir precauções extras. Os efeitos só não chegam a ser drásticos justamente porque a clínica conta com gestão especializada.

“Contamos há alguns anos com consultoria especializada. Tem sido uma ajuda muito importante, neste período difícil. Reduzimos despesas com tributos que pagávamos além do que é obrigatório. Recursos economizados muito importantes para o dia a dia”, assinala o oftalmologista.

Também oftalmologista, o médico Fábio Akio, de Guarulhos, na Grande São Paulo, é outro profissional que registrou retração nas receitas em decorrência da pandemia, “principalmente no início, naquele primeiro período de medidas restritivas”. A queda obrigou o médico a reavaliar custos, com o intuito de cortar despesas. Igualmente cliente da Mitfokus, ele salienta que a consultoria financeira especializada se mostrou decisiva. “Foi muito importante; é uma organização e agilidade na tomada de decisões que são essenciais para atravessar os momentos críticos.”