Retenção de talentos será o maior desafio do RH nos próximos anos
Não é de hoje que a falta de mão de obra qualificada atormenta os empresários brasileiros. Outro fator que tem tirado o sono da gestão de recursos humanos é a retenção de talentos. De acordo com a C-Suite Challenge, a atração e retenção é uma das principais preocupações dos gestores.
Não é de hoje que a falta de mão de obra qualificada atormenta os empresários brasileiros. Outro fator que tem tirado o sono da gestão de recursos humanos é a retenção de talentos. De acordo com a C-Suite Challenge, a atração e retenção é uma das principais preocupações dos gestores.
Apesar de parecerem temas completamente diferentes, eles caminham lado a lado, uma vez que a falta de profissionais qualificados aumenta a demanda por aqueles que preenchem todos os requisitos. Uma pesquisa feita pela empresa norte americana MyEmployees, demonstrou que 30% dos profissionais acreditam que estarão trabalhando em outro lugar nos próximos anos. Mas, o que chamou a atenção no estudo é que 50% afirmam ter valores diferentes das empresas que trabalham e, 60% não sentem que seus objetivos de carreiras estejam alinhados com os planos que as empresas têm para eles. Esses dados demonstram que empresas e profissionais possuem horizontes e visão de futuro diferentes. Olhando para isso, entendemos porque a retenção de talentos é e continuará sendo um grande desafio.
Mas se colocarmos uma lupa para esmiuçar os motivos, veremos que a escassez de profissionais continua sendo o grande gargalo para romper esse ciclo. Isso acontece por conta da baixa qualidade do ensino superior em nosso país. Infelizmente, nós formamos muito mal nossos profissionais. As empresas hoje demandam habilidades técnicas e comportamentais que infelizmente não são abordadas dentro de uma grade acadêmica. Pode parecer contraditório, mas o fato é que a baixa oferta de profissionais torna muito mais difícil para a empresa se manter atraente entre aqueles que preenchem os requisitos.
Apesar de ser o principal obstáculo as empresas ainda enfrentam desafios em como estruturar políticas de RH que tenham eficácia. Em linhas gerais, a ausência de um plano de carreira, propósito empresarial são ainda pontos muito abordados que levam profissionais a mudar de emprego. Se o profissional não sabe quais os valores da empresa e qual impacto que seu trabalho está gerando, dificilmente ele se manterá conectado à organização.
Na área de tecnologia, os profissionais também levam em conta o quanto estão sendo expostos a um ambiente de inovação. Afinal, são profissionais que vivem esse universo e que não só apreciam estar nesses ambientes, como também precisam se manter atualizados uma vez que o desenvolvimento do mercado tecnológico é exponencial.
Fatores como horário engessado, regras rígidas de trabalho, políticas empresarias burocráticas, pouco ou nenhum incentivo à autonomia e inovação são obstáculos que drenam a energia e a motivação dos profissionais, principalmente se esses forem da geração Y. Nesse sentido, medir o trabalho pelo resultado da entrega, políticas de bonificação e reconhecimento, flexibilidade, comunicação transparente com a liderança, cultura empresarial maleável e com propósito são elementos que devem ser construídos e trabalhados pelas companhias.
Não é para menos que a retenção de talentos sempre será um tema a ser discutido e revisitado. Cumprir esse requisito vai muito além de mexer em algumas políticas e negociar salários. É indispensável pensar a retenção de talentos de maneira sistêmica indo fundo em questões de missão, valores, propósito e objetivos corporativos. Além de ser responsabilidade das organizações, ajuda na formação de melhores profissionais.