Carta aberta ao poder público: chegou a hora de simplificar a vida do empreendedor brasileiro
A Burocracia que o empreendedor vive todos os dias no Brasil é um dos maiores obstáculos para o crescimento do país. Chegou a hora de mudar isso.
Empreender no Brasil não é tarefa fácil: de acordo com o ranking Doing Business do Banco Mundial, o Brasil é considerado um dos piores lugares do mundo para se montar um negócio (125ª. posição de 190 países. Está nas mãos dos gestores públicos a responsabilidade de mudar esse quadro. Não dá mais para esperar.
Além do desafio de montar e gerenciar um negócio, por aqui, o empreendedor enfrenta o fantasma da burocracia e do peso do Estado na forma de mudanças tributárias diárias, lentidão nos processos de abertura e regularização de empresas e ofertas de um caminho com menos solavancos e mais atalhos para aqueles que aceitarem corromper os agentes públicos. As regras do jogo são tão complexas e mudam tanto que 86% das empresas brasileiras têm pelo menos uma pendência no pagamento de tributos federais ou no cumprimento de exigências desses órgãos, segundo um estudo feito pela Endeavor neste ano. .
NÓS ACREDITAMOS QUE OS EMPREENDEDORES SÃO O MOTOR DA TRANSFORMAÇÃO QUE PRECISA ACONTECER NO BRASIL, E QUE A BUROCRACIA QUE ENFRENTAM TODOS OS DIAS É UM DOS MAIORES OBSTÁCULOS PARA O CRESCIMENTO DO PAÍS.
Para dar luz ao problema da burocracia enfrentado diariamente pelos empreendedores brasileiros e para falar com todos os cidadão que não suportam mais gastar tempo e recursos em tarefas improdutivas — estamos lançando a campanha Burocracia Para Tudo.
A frase carrega um duplo sentido. Como todos sabemos, os tentáculos burocráticos alcançam os mais improváveis recantos de nossa vida prática. Há, sem exagero, burocracia em todos os lugares. Por outro lado, a burocracia literalmente para ou emperra as operações de quem empreende ou quer empreender.
Para além disso, com a campanha, queremos enfrentar também uma das mais nocivas consequências da burocracia: a criação de dificuldades para se vender facilidades. As chicanas, os atalhos, o tradicional “jeitinho”.
A cada assinatura do abaixo-assinado pelos cidadãos. gestores públicos das esferas federal, estadual e municipal serão pressionados, incomodados por e-mail, a fazer sua parte para resolver o problema, começando pela simplificação dos processos de abertura, regularização e fechamento de empresas. Algumas das medidas que podem ser tomadas são:
- Integrar órgãos e secretarias para melhorar a gestão dos projetos de desburocratização;
- Padronizar e melhorar o fluxo de informações na abertura ou fechamento da empresa;
- Inverter a lógica de regulação e fiscalização sob os servidores públicos, priorizando a confiança na autodeclaração do empreendedor;
- Acabar com processos em papel, por meio de sistemas online e softwares integrados.
A cada mensagem recebida, você, gestor público, será lembrado da urgência desse tema. Você pode apenas deletar o e-mail, e tapar os ouvidos para tantos cidadãos que urgem por um ambiente menos burocrático e lento. Ou pode agir como um empreendedor, arregaçar as mangas, e trabalhar para fazer a mudança acontecer. Tomara que você escolha a segunda opção. E o faça rapidamente: quais iniciativas podem ser aplicadas na sua esfera de poder para retirar entraves que atrapalham o desenvolvimento das empresas?
Às vésperas de um ano tão importante quanto 2018, com eleições para diversos cargos, é fundamental nos posicionarmos. É chegada a hora de solicitarmos um esforço real e concreto de governantes para que a burocracia não atrapalhe o caminho de quem empreende, para que não interfira no crescimento do país. A classe política deve adotar uma causa que beneficiará todos nós.
Pois temos a convicção de que, no longo prazo, afastar de vez a pedra gigantesca que atrapalha o caminho de qualquer empreendedor brasileiro é muito mais efetivo do que vender furadeiras ou britadeiras — ou mesmo do que criar desvios clandestinos. Dá um trabalho imenso, sem dúvida; mas trabalho é algo que nunca assustou os brasileiros. Ao contrário da burocracia.